Perdida
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Perdida é um filme mudo brasileiro de 1916 dirigido por Luiz de Barros. Estreou em outubro de 1916 no Cinema Pathé.[1]
O filme foi exibido em Manaus, em 1917, com a imprensa detalhando elenco, argumento e gênero.[1]
Produção
Apesar do fracasso de seu primeiro filme, A Viuvinha, Luiz de Barros não se desanimou e nem se deu por vencido, já se preparando para o seu segundo filme. Para começar, Barros foi convidar Paulino Botelho, e para a felicidade dele, ele aceitou a proposta. Com todo o entusiasmo, foi convidar o maior ator brasileiro da época, Leopoldo Fróes.
Barros havia se mudado para a Rua Humaitá, uma casa bastante grande e com um apreciável terreno nos fundos. Nesse terreno, construí-o um grande tablado, sobre o qual instalou, a uns oito metros do chão, grandes cortinas de morim branco que podiam correr à vontade, fechando e abrindo sobre o tablado, e assim regular a luz e evitar o sol. Em vários quartos da casa, instalou seu próprio laboratório, com os tais cilindros de madeira para revelar e um grande rolo movido a motor, onde se enrolava o filme para secar.
Leopoldo Fróes aceitou trabalhar no filme com entusiasmo. Queria experimentar o cinema. Barros procurou um bom literato para escrever o argumento, escolhendo Oscar Lopes. Ainda, achando-se no Rio o grande ator português, Érico Braga, Barros o convidou para trabalhar no filme e ele aceitou. O próprio Barros fez os cenários.[2]
Problemas na Produção
Tudo corria bem quando mais ou menos na metade do filme, houve necessidade de se filmar num domingo, porque três dias depois Érico Braga regressaria a Portugal. Porém, quando Barros foi buscar Froés em sua casa, Froés queria aquilatar o valor do seu trabalho, pedindo uma quantia elevada de dinheiro, mas Barros não quis pagar, assim fazendo que Froés não quisesse mais gravar o filme.
Barros quase desistiu de terminar o filme, porém ele percebeu que mudando um pouco a história, ele poderia terminar o filme sem precisar de Froés. Barros conseguiria terminar a película, desde que filmasse uma cena de cabaret no dia seguinte. Numa noite se fez um cenário. Barros foi para o Pálace Clube, um cabaret existente no andar de cinema do corredor de entrada, ali no Passeio, e consegui-o mesas, toalhas, copos, talheres, orquestra e tudo o mais necessário à cena do cabaret.
No dia seguinte, a cena estava montada. Às 10 e 30 começaram a filmar. Às 15 estavam terminadas as filmagens. À proporção que cada rolo de 120 metros se completava, logo o encaminharam para o laboratório. Às quatro da tarde estava tudo pronto. Os móveis e demais pertences foram imediatamente devolvidos ao cabaret, para que pudesse funcionar à noite.[2]
Elenco
Personagem | Ator/Atriz |
---|---|
Ricardo de Toneleiros | Leopoldo Froes |
Nanette Lubin | Yole Burlini |
? | Gabriela Montani |
? | Erico Braga |
? | Maria Reis |
? | Miss Rosalie |
Sinopse
A francesinha Nanette Lubin veio ao Rio à procura de sua tia e acabou encontrando o filho de uma baronesa, Ricardo de Toneleiros Soberba coleção das mais lindas paisagens cariocas. Não encontrando a tia, Nanette torna-se manicura de uma baronesa e mais tarde amante do sobrinho dessa senhora. O filme termina com a morte de Nanette, que fora localizada pela tia, mas esta, ao saber como a sobrinha vinha vivendo, voltara para o sítio em que morava.
Disponibilidade
Nenhuma cópia do filme sobreviveu.